
Pedro Arbex
Só quem é mulher sabe.
"A maioria das mulheres vai ao ginecologista uma vez ao ano, mas metade delas diz que não consegue resolver o problema, e 60% não se sentem à vontade para contar tudo que estão sentindo para o médico," disse a empreendedora Stephanie von Staa Toledo. "Tem muita mulher se sentindo sem apoio no dia a da quando o assunto é saúde ginecológica."

Outra dificuldade recorrente é conseguir agendar uma consulta com os ginecologistas do plano de saúde, o que em alguns casos pode levar meses.
Foi com esse diagnóstico em mãos que Stephanie fundou a Oya Care, uma clínica virtual focada no atendimento primário e preventivo de mulheres.
Menos de um ano depois de começar a funcionar, a startup acaba de levantar uma rodada de seed money de US$ 3 milhões.
A Oya Care começou a operar com três serviços.
O primeiro é o "SOS Oya", que basicamente é um serviço de ginecologista online que funciona 24h por dia. Por R$ 99, as mulheres podem fazer uma consulta em qualquer momento do dia com um dos ginecologistas contratados pela empresa.
Os outros dois serviços estão ligados à fertilidade. Um deles, que sai por $ 299, dá direito a uma avaliação preventiva da fertilidade, incluindo o exame de sangue, uma consulta online e um relatório com o resultado da avaliação, numa "linguagem que qualquer pessoa entende," disse Stephanie.
O outro endereça o mesmo objetivo, a avaliação da fertilidade, mas é destinado a quem ja fez o exame de sangue.
A Oya Care é uma das poucas startups brasileiras focadas no universo conhecido como "femtech". Mas nos EUA, trata-se de um nicho em ebulição: há uma femtech que fabrica um absorvente orgânico e outra que usa inteligência artificial para ajudar na fertilidade.
Também há empresas atuando na mesma frente da Oya Care. Segundo Stephanie, os principais benchmarks da empresas são Tia, que levantou US$ 100 milhões num Series B recente, e a Mavem Clinic, que já virou um unicórnio em sua última rodada.
Outra inspiração é a One Medical, que já é listada na Nasdaq e vale US$ 1,8 bilhão. A empresa atua em outras frentes do atendimento primário, mas tem uma operação relevante voltada para o atendimento primário de ginecologia.
Com a rodada, o plano da Oya Care é testar o product-market para depois começar a escalar o negócio.
A starup planeja aumentar os investimentos em marketing e criar em network de médicos de outras áreas (como clínicos genais, endocrinologistas e nutricionistas) que indiquem a Oya e seus pacientes. Outro plano é se cadastrar nos planos de saúde, que poderiam indicar a Oya como o primeiro canal de avaliação para as mulheres.
A ambição da starup é se consolidar como a clínica de referência de mulher, entrando em outras verticais do atendimento primário, um escopo que inclui também o atendimento relacionado a contraceptivos, a saúde mental e a sexualidade.
a rodada de hoje foi liberada pela Susa Ventures, uma gestora de venture capital do Vale de Silício que foi dos primeiros cheques da Robinhood.
Também participaram da rodada a Positive Ventures, a gestora de impacto de Fabio Kestenbaum, e a 1616 Ventures, uma gestora recém-fundada com sede em São Paulo e Nova York. A Canary e a IKJ Ventures, que tinham dado dinheiro para a pre-seed, também acompanharam.
Fonte: Brazil Journal.
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